terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Feliz 2009

Para todos os meus amigos, o desejo sincero de um excelente ano 2009, com poesia, com música, com alegria e, fundamentalmente, com a esperança de um mundo melhor.

Poema de Ano Novo

Recomeça….
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

Miguel Torga

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Brincando com a lua...

Sendo este um espaço sem fronteiras, até brincar com a Lua é possível.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Parabéns, Manoel de Oliveira...

Manoel de Oliveira, o cineasta português, faz hoje 100 anos e é o realizador mais velho do mundo ainda no activo. Num vasto currículo constam filmes como «Aniki-Bóbó», a primeira longa-metragem que fez, em 1942. A última é, para já, «Cristóvão Colômbo, o Enigma» de 2007.

Manuel de Oliveira nasceu no Porto no dia 11 de Dezembro de 1908. Estudou no Colégio Universal no Porto e no Colégio de Jesuítas perto de La Guardia, na Galiza. A sua juventude foi dedicada ao desporto. Foi no atletismo que conseguiu brilhar, os bons resultados não foram o suficiente para travar a sua paixão pelo automobilismo e pela vida boémia. Aos 20 anos ingressou na escola de actores de cinema e participou como figurante no filme «Fátima Milagrosa», de Rino Lupo. Como actor participou no segundo filme sonoro português, «A Canção de Lisboa». Só mais tarde, em 1942, se aventuraria na ficção como realizador. «Aniki-Bóbo» foi o primeiro grande filme, um retrato da infância no cru ambiente neo-realista da Ribeira do Porto.

Ao longo da sua carreira como cineasta realizou inúmeras curtas e longas metragens. Sobre os seus filmes disse sempre que só os cria pelo gozo de os fazer, apesar dos vários prémios e galardões em festivais como Cannes, Veneza, Montreal entre tantos outros.

No dia em que comemora 100 anos, a descrição mantém-se e vai passar o dia em gravações. Está a rodar o filme «Singularidades de uma Rapariga Loura» que deverá estrear no Festival de Cinema de Berlim. Aos 100 anos Manuel de Oliveira apresenta mais um projecto. Em Fevereiro espera rodar o filme o «Estranho caso de Angélica».

domingo, 7 de dezembro de 2008

Navegar é preciso...

Nestes últimos dias chuvosos, em que o cinzento do céu se tem confundido com o cinzento da nossa alma (pelo menos as almas daqueles que têm sentido tristeza por tudo aquilo que se tem passado na Educação), precisamos navegar para águas mais calmas e procurarmos o céu azul que tarda em aparecer. Para ajudar, deixo-vos algumas palavras de Fernando Pessoa. Obrigado, Maria João Forjaz.
Um abraço e uma boa semana.

domingo, 30 de novembro de 2008

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Quantos seremos?

Na sequência de uma mensagem recebida pela colega e amiga Helena Saraiva (para ti, um grande beijo de amizade), coloco aqui um poema de um grande poeta português:

QUANTOS SEREMOS?

Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena!

Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira
Quotidiana.
Esta comédia desumana
E triste,
Que cobre de soturna maldição
A própria indignação
Que lhe resiste.

Miguel Torga, Câmara Ardente

domingo, 16 de novembro de 2008

Eu confesso... estive lá novamente.

Eu confesso... que estive lá novamente, na manifestação de educadores e professores do dia 15 de Novembro.

Possivelmente pensarão que este espaço é um confessionário e que eu vos elegi como meus confessores... possivelmente, e também por isso me penitencio.

Mas eu estive lá novamente, ainda mais convicto nas razões que me movem (assim como à grande maioria) e ainda mais esperançado em que a verdade vença a mentira, em que a razão vença a ilusão.

Estive lá novamente, no dia do meu aniversário (confidência para aqueles que não estiveram lá), na esperança de que a maior prenda que me poderiam dar era sanar de uma vez por todas este processo que mina, que corroi, que destroi...

Ainda hoje, Domingo, ao folhear o jornal "Público", li com particular atenção as palavras de três personalidades pressupostamente (re)conhecidas pela opinião pública e (pressupostamente) insuspeitas neste penoso processo. Por isso, embora correndo o risco de descontextualizar as frases, registo aqui algumas das suas palavras que acredito corresponderem ao sentimento generalizado dos professores:

"Conheço muitos professores e nos últimos meses não vi um feliz. Isso é altamente preocupante. [...] O respeito pelos professores é o mais importante, pois o futuro do país depende da educação dos seus cidadãos. [...] A palavra-chave é sensibilidade. E também afecto. É preciso olhar para isto de outra forma. Não vai à força, nunca foi. É necessário perceber as causas do descontentamento. Quando não há realização profissional, quando os professores não se sentem bem com o que estão a ter de fazer, nunca poderão dar o seu melhor à escola e aos alunos. Isto é uma verdade auto-evidente."

João Lobo Antunes, neurocirurgião


"Os jornais já publicaram mil pormenores sobre o sistema de avaliação. O escárnio é constante. A ministra queixa-se de que o seu sábio sistema foi ridicularizado! É verdade. Mas não merece menos que isso. [...] A avaliação ministerial, burocrática, formal e pseudo-científica é um enorme erro."

António Barreto, sociólogo


"Confesso-me perplexo perante os comentários da ministra. Só os entendo como revelação pública de que não sabe o que se passa nas escolas, algo muito grave para o cargo que ocupa. Basta falar com professores em qualquer estabelecimento de ensino para sentir de imediato o mal-estar docente: quem ignora esse facto distorce a realidade. A avaliação não só introduz burocracia (não é verdade que se limita só a um formulário, este é apenas a primeira fase do processo) como também fomenta problemas interpessoais entre professores. [...] Como eu gostaria que a nossa ministra, sem um séquito de assessores e com tempo, parasse nas escolas a ouvir os professores: escutaria então os protestos ordeiros de tantos "bons" professores que diz defender (...)."

Daniel Sampaio, psiquiatra e escritor

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Curioso texto...

Recebi, através da minha amiga Margarida Portugal, este curioso texto:


"Nada deve ser mais importante nem mais desejável (...) do que preservar a boa disposição dos professores (...). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (...)."
"Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações."
Recomenda-se a todos os professores um dia de repouso semanal: "A solicitude por parte dos superiores anima muito os súbditos e reconforta-os no trabalho."
"Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo. De outro modo, os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes sucedao mesmo."
"Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque "a honra eleva as artes."
"Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores(...) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa, se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género. Isto se aplique não só com todos os professores em geral, nas reuniões habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benevolência, e eles próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e confiança. Todas estas coisas concorrem grandemente para o amor e a união dos mestres com o seu superior. Além disso, o superior tem assim possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores, se disso houver necessidade."
"I. 22. Para as letras, preparem-se professores de excelência.
Para conservar (...) um bom nível de conhecimento de letras e de humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três indivíduos que se distingam notoriamente em matéria de letras e de eloquência. Para que assim seja, alguns dos que revelarem maior aptidão ou inclinação para estes estudos, serão designados pelo provincial para se dedicarem imediatamente àquelas matérias - desde que já possuam, nas restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie de viveiro para uma estirpe de bons professores.
II. 20. Manter o entusiasmo dos professores.
O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos."
Ratio Studiorum da Companhia de Jesus (1599).

Sábias palavras...

domingo, 9 de novembro de 2008

Eu confesso... estive lá.

Eu confesso... que estive lá, na manifestação de educadores e professores do dia 8 de Novembro.
Eu confesso... que fui um dos cerca de 120 mil apelidados de "chantagistas".
Eu confesso... que fui um dos cerca de 120 mil acusados de serem manipulados pelos sindicatos.
Eu confesso... que me sinto triste, cansado, desiludido e desanimado.
Eu confesso... que sou professor, quero continuar a ser professor, adoro a minha profissão.
Eu confesso... que ainda tenho esperança que o bom senso impere, a bem de tudo e de todos.
Mas eu também confesso... que prefiro morrer de pé do que viver ajoelhado.

E peço... a quem de direito: "Não ouças só as palavras que ouvires, ouve-lhe também o silêncio, se o tiverem." (Vergílio Ferreira)

domingo, 2 de novembro de 2008

A beleza do vermelho

Amigos, presenteio-vos com a beleza do vermelho... clubismo à parte, ou talvez não.
Para vocês, um grande abraço e uma boa semana.
A Beleza Do Vermelho
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sábado, 25 de outubro de 2008

Homenagem aos que partem...

Ontem, 24 de Outubro de 2008, participei num jantar de homenagem a um grupo de professores que se reformou. Nesta homenagem, mais do que merecida por quem deu grande parte da sua vida à causa da educação, juntaram-se várias dezenas de pessoas (maioritariamente professores).

No discurso dos homenageados, transpareceram dois sentimentos: o de alegria, em consequência da sensação de uma nobre missão cumprida, e o de tristeza, provocada pela crescente desconsideração pelos professores por parte da tutela e por grande parte da sociedade.

Estes professores partem, mas ficam... ficam na memória de todos aqueles que com eles se cruzaram e que com eles conviveram e aprenderam bem mais do que aquilo que os manuais ensinam: o significado de ser pessoa.

"O poeta e o músico tiveram o seu nome escrito na História, mas ninguém recorda quem foram os seus mestres. No entanto, há uma beleza imensa nesse passar despercebido, nesse ter rasgado as mãos ao trabalhar nos escuros alicerces de um mundo melhor. Uma beleza que só é apreciada pelas grandes sensibilidades, como são as daquelas pessoas que se dedicaram de corpo e alma à educação".

Para estes e para todos os outros professores, os que ainda estão no activo e os que já partiram, em particular os que infortunadamente não tiveram direito a uma mais do que justa homenagem, o meu Muito Obrigado por existirem.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Amizade

"Não sei se, com excepção da sabedoria, os deuses imortais ofereceram ao homem alguma coisa melhor que a amizade." (Cícero)
Em momentos de fragilidade física e/ou psíquica, os gestos de amizade têm um significado muito especial. É a prova irrefutável de que as relações entre pessoas que se cruzam na mesma casa ou no mesmo local de trabalho são bem mais do que um mero convívio. Foi o que me aconteceu e o que senti na passada terça-feira: uma onda de amizade por parte de pessoas com quem trabalho há anos e que mais uma vez me envolveram com um manto de carinho que ajudou (e de que maneira) a superar uma dor física passageira. Não precisava que mo provassem... já o sabia. Mas sabe sempre bem confirmarmos aquilo que para nós é bom.
Para esses meus amigos (os quais não nomeio aqui por um profundo receio de me esquecer de algum nome, o que seria imperdoável), o meu MUITO OBRIGADO.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Um minuto de pobreza...

A pedido do meu colega e amigo Francisco Cavaco, publico aqui um trabalho realizado por um grupo de alunas da turma A do oitavo ano da EB23 D. Fernando II, elaborado em Área de Projecto. Parabéns.
É bom reflectir... mas que tal agir?

sábado, 18 de outubro de 2008

Adiemus

Ainda é possível sonhar?

Sonhar...

Sonhar é preciso

Sonhar é sair pela janela da liberdade,
é vaguear pelos caminhos
proibidos ou não.
É, sem ter um rumo qualquer,
ter um alvo a perseguir:
a felicidade.

Sonhar é não limitar-se a limites
sejam eles quais forem,
impostos ou não.
É fazer do impossível o possível
quando e como quiser o coração.

Sonhar é viver o passado no futuro
e o futuro no presente.
É ter o se quer
e afastar o que não se deseja
É despertar dentro de si
aquele ser criança.
É almejar a vida...

Pra sonhar não é preciso
ter passado, nem presente,
nem cultura, nem riquezas...
Pra sonhar não precisa fazer parte
de uma classe social
de uma faixa etária
ou de qualquer coisa que separe
um ser humano do seu semelhante
É preciso apenas ter esperança
pois sem esperança ninguém vive
e sonhar é viver...

Sonhar não é direcionar os pensamentos
ao que pode ser real
Mas sim tornar real,
mesmo que apenas na mente,
o possível e o impossível,
o real e o abstrato
o tudo e o nada
Num tempo e num lugar
a serem definidos
ao belprazer de quem sonha...

Sonhar é dar a própria vida
a um sentimento de bem-estar
e, sem restrições,
entregar ao coração as rédeas da razão
É viver com quem se ama
sentindo-se amado.
Sonhar é sair...
É vaguear...
É não ter rumo.
É ter um alvo.
É não limitar-se.
É fazer...
É sentir...
É amar...
É ser amado...
É ter esperança...
É viver!

Sonhar é preciso!


Telmo
Sampa, 27/04/99.