sexta-feira, 14 de maio de 2010

Dicas para sobreviver ao ECD e à ADD

Depois de ler este post no blogue do Ramiro Marques e de receber por e-mail, não resisto a reproduzir aqui estas dicas. Com mais ou menos ironia, dão-nos sem dúvida que pensar...

Dica #1: Afaste-se dos blogues que insistem em publicar posts sobre o estatuto e a avaliação de desempenho; Mas se é masoquista, continue a perder o seu tempo a autoflagelar-se;

Dica #2: Lembre-se de que vai ter de leccionar até aos 65 anos de idade; para quê incomodar-se em encurtar uns anos a chegada ao topo da carreira? o melhor mesmo é poupar energia e deixar o tempo correr; já que a ADD é uma fantochada, limite-se a desempenhar as funções lectivas com dignidade e profissionalismo e concentre o seu tempo e energia naquilo que lhe dá prazer;

Dica #3: Evite ao máximo contactar com o director, afaste-se do gabinete da direcção e passe o menos tempo possível na sala de professores; lembre-se de que há muita vida fora da escola e ainda mais fora da sala de aula; sobretudo não caia na tentação de querer salvar crianças e adolescentes que não têm salvação.

Dica #4: Se tiver turmas CEF, ajuste o seu comportamento à realidade; se os alunos quiserem aprender, ensine; se andam ali apenas para passar o tempo, deixe-os andar;

Dica #5: Afaste-se dos pais o mais que puder e quando lhe apetecer dizer alguma coisa nas reuniões, trinque o lábio inferior e fique calado; lembre-se que tudo aquilo que disser pode ser usado contra si; em caso de conflito, a palavra do professor tem menos peso do que a do aluno ou dos pais.

Dica #6: A maior parte das reuniões não têm utilidade; dê o seu contributo para as encurtar; guarde silêncio do princípio ao fim.

4 comentários:

Unknown disse...

Brilhante! Eu já ando a tentar fazer isto há uns largos anos... :-)

Anónimo disse...

Palavras sábias!
Está tudo dito.
Eu também já me convenci que é isto mesmo que devo fazer... :-)

Maria José Leite disse...

Partilho o desconforto e o desalento, mas ficar calada é que não! É verdade que o silêncio diz, por vezes, mais do que as palavras, que pode ser ensurdecedor,que pode ser mais cáustico do que o discurso, mas ainda assim não me calo! É inútil falar, dir-me-ão, e talvez com razão,mas fico bem comigo mesma que é o que importa.

Luís Sérgio disse...

Com muita ironia, alguma verdade.
Com muita ironia, um lamento do indiscernível estado a que isto chegou.
Com muita ironia ,a escola cemitério.
Com muita ironia , não podemos calar se quisermos sobreviver.
Com muita ironia, mas farto, mais que farto, acho que não podemos desistir.
Com muita ironia, mas revoltado, digo, como o José Vilhena,"Mas não há ninguém que lhes parta os cornos". Desculpem o vernáculo, mas quando vejo as escolas portuguesas transformadas em cemitérios, só me apetece falar deste modo.

Grande abraço,

Luís Sérgio