segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

O que mudou?

Observando atentamente o que nos rodeia, lendo as notícias sobre a realidade do nosso país e lendo as palavras de Guerra Junqueiro, escritas em 1896, facilmente nos questionamos com inquietação... o que mudou?


"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,
fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora,
aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,
sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,
pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;
um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;
um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,
e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que
um lampejo misterioso da alma nacional,
reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,
não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,
sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,
descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas,
capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação,
da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;
este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,
tornado absoluto pela abdicação unânime do País.

A justiça ao arbítrio da Política,
torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções,
incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,
e não se malgando e fundindo, apesar disso,
pela razão que alguém deu no parlamento,
de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Ser solidário...


A tragédia que se abateu sobre o povo do Haiti é de uma dureza inimaginável. Por isso, nestes dias, mais do qualquer outra preocupação ou reflexão, interessa ser solidário. Como? Transcrevo e diulgo aqui a informação que consta no Público online: http://www.publico.pt/Mundo/como-pode-ajudar_1417790

"As organizações de ajuda humanitária lançaram um apelo mundial de ajuda para os esforços de salvamento e recuperação no Haiti, mas alertam para a necessidade de direccionar essas ajudas correctamente. Eis algumas pistas da InterAction, coligação internacional de organizações de assistência humanitária:

- Não recolha água, alimentos nem roupas para o Haiti porque o país não dispõe das infra-estruturas necessárias para os distribuir;

- Opte por doar dinheiro a organizações de ajuda humanitária reconhecidas, permitindo aos profissionais obterem exactamente aquilo que é preciso sem sobrecarregar os recursos já escassos para os transportes e armazenamento;

- Quem quiser voluntariar-se para ajudar no terreno tem que ter experiência anterior em cenários de calamidade ou em países estrangeiros, ou possuir capacidades técnicas em carência no momento, e deve fazê-lo através de uma organização reconhecida de assistência humanitária. Mais informação disponível no Centro de Informações sobre Desastres Internacionais, agência ligada ao gabinete de Assistência em Calamidades das Nações Unidas, em www.cidi.org.

Organizações portuguesas que estão a aceitar donativos para o Haiti:

Cáritas Portuguesa – pode fazer donativos na conta "Cáritas Ajuda Haiti", com o NIB 003506970063000753053 da Caixa Geral de Depósitos

Cruz Vermelha Portuguesa – pode fazer donativos para o Fundo de Emergência da organização em vários bancos, indicados no site http://www.cruzvermelha.pt/cvp_t/, ou por telefone para o número 760 20 22 22 de atendimento automático (custo da chamada é de 0,60€ + IVA)

Ajude a Missão de emergência da AMI no Haiti – contribua para esta missão através do NIB: 0007 001 500 400 000 00672 Multibanco: Entidade 20909 Referência 909 909 909 em Pagamento de Serviços

Associação Amurt – contribua para esta organização através da conta na CGD. NIB: 0035 2168 00020393630 21 ou cheque à ordem de Amurt - Associação de Apoio Social e Humanitário, enviados para Rua Visconde de Santarém, nº 71 3º andar, Sala 1 1000 - 286 Lisboa. Mais informações em http://www.amurt.pt/donativos

Angariação de Fundos "Emergência no Haiti" da Oikos – contribua para esta campanha com transferências bancárias para o NIB: 0035 0355 00029529630 85, em conta da Caixa Geral de Depósitos.

Associação para a Cooperação, Intercâmbio e Cultura – os donativos poderão ser feitos através do número bancário 0033.0000 45207093568 05 e os bens alimentares não perecíveis e medicamentos devem ser entregues na sede da associação, na Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, em Lisboa.

Associação Adventista para o Desenvolvimento, Recursos e Assistência – foi aberta uma conta destinada a recolher donativos para respostas de emergência (0046 0017 00600031123 74).

Rede Miqueias (de igrejas evangélicas) – campanha SOS Haiti – donativos para a conta 0697 6358 596 30, da Caixa Geral de Depósitos (NIB - 0035 0697 0063 5859 63074)


CONTRIBUA PARA AJUDAR O SEU SEMELHANTE
" A indiferença MATA!"

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Verifique sempre os trabalhos de casa dos seus filhos!

Neste início de ano de 2010, para o qual eu renovo o desejo de que seja um ano de realizações pessoais e profissionais para todos (sabendo infelizmente que dificilmente o será para todos mesmo...), ainda no rescaldo de um "acordo" entre os professores (digo estruturas sindicais) e o Ministério da Educação, partilho uma mensagem que recebi sobre trabalhos de casa. Sendo decerto humorística, não deixa no entanto de nos fazer pensar sobre o cuidado a ter na interpretação do que nos é dado a avaliar (e isto aplica-se quer na avaliação de alunos quer na avaliação de desempenho docente), por um lado, assim como na necessidade dos pais acompanharem efectivamente os seus educandos.

Para todos, um abraço enorme.



Prezada Professora Jones,

Eu gostaria de deixar bem claro que eu não sou, nem nunca fui, uma "dançarina exótica".

Eu trabalho numa loja de ferramentas e contei à minha filha o quanto a última semana foi tumultuosa, antes do nevão. Nós vendemos todas as pás de neve que tínhamos. Todas, menos uma, que estava escondida no depósito e que foi alvo de disputa entre os clientes.

Portanto, o desenho que a minha filha fez não me mostra dançando em torno de um poste. Ela mostra-me a vender a última pá de neve que tínhamos na loja.

De agora em diante, eu lembrar-me-ei sempre de verificar os trabalhos de casa dela mais cuidadosamente antes de entregar.

Atenciosamente,

Mrs. Smith

Este foi o trabalho de casa entregue pela menina à sua professora

"Quando eu crescer... quero ser como a minha mãe!"